Fight Desert está organizado em 4 Componentes (C), 7 tarefas (T) e 12 ações (A) distribuídos ao longo dos 18 meses de duração prevista do projeto.
Componente 1 Beneficiação e restauro de ecossistemas mediterrânicos
Tarefa 1 Reflorestações e adensamentos
Ações incluídas:
ai) Reflorestação e adensamento
aii) Melhorar a qualidade e funcionalidade do solo
Objetivo: Aumentar a área e densidade da floresta autóctone e melhorar a qualidade e funcionalidade do solo
Onde: Companhia das Lezírias (CL), Herdade da Coitadinha (Coi), Grândola (Grâ), Herdade do Montinho (HM), Herdade da Ribeira Abaixo – (HRA) e Penalva (Pen).
Métodos: Nas propriedades selecionados serão delimitadas as áreas de intervenção. Estas ações contemplam a incorporação de matéria orgânica de origem agrícola ou florestal, podendo resultar do controlo de espécies exóticas e a utilização de plântulas preferencialmente micorrizadas em viveiro.
Ação 1.1. Reflorestação e adensamento - CL Silha de Matias
Promotor: Companhia das Lezírias
Espécies: Sobreiro (Quercus suber)
Área: 34 ha.
Operações propostas: Corte de vegetação com corta-mato, poda de formação de sobreiros, abertura de buracos com broca, construção e colocação de protetores, sementeira e ensombramento.
Ação 1.2. Reflorestação e adensamento - CL – Barba Esteio
Promotor: Companhia das Lezírias
Espécies: Sobreiro (Quercus suber)
Área: 60 ha.
Operações propostas: Corte de vegetação com corta-mato, poda de formação de sobreiros, abertura de buracos com broca, construção e colocação de protetores, sementeira e ensombramento.
Componente 2 Ações de promoção do conhecimento científico e tecnológico
As ações propostas na Componente 2 promovem o conhecimento científico e tecnológico do funcionamento, estado e tendências da biodiversidade e consequências da sua perda, designadamente. Todas as ações serão executadas em condições experimentais naturais sob condições climáticas tipicamente mediterrânicas seguindo um gradiente de aridez, de Barrancos à Companhia das Lezírias, que vão mimetizar as alterações climáticas. São propostos três ensaios piloto onde será privilegiada a aplicação de soluções baseadas na natureza e onde serão determinados i) as taxas de sobrevivência e vigor vegetativo das espécies selecionadas, ii) os índices associados à diversidade taxonómica e funcional por forma a avaliar as medidas de restauro ecológico; e iii) a atividade microbiana, taxa de degradação da matéria orgânica e da qualidade do solo e a avaliação dos stocks de carbono resultantes das atividades propostas.
Tarefa 3. Ensaio Piloto 1: Regeneração natural
Ações:
i. Realização de ensaios piloto;
ii. Identificação e monitorização das espécies vegetais bioindicadoras de aridez;
iii. Testes à qualidade da matéria orgânica;
iv. Testes de germinação e sobrevivência;
v. Testes e monitorização da taxa de sobrevivência e vigor vegetativo.
Objetivo: Promover a regeneração natural através da exclusão de pastoreio, avaliando o efeito do macroclima, do microclima e do tempo após exclusão na regeneração e demografia de quercíneas.
Onde: CL, HRA, Coi (estações de investigação e monitorização da plataforma de Estudos Ecológicos de Longo Prazo LTER montado)
Espécies: sobreiro e azinheira
Métodos: Em cada um dos três locais (CL, HRA, Coi) que representam um gradiente macroclimático de um clima menos para mais árido, respetivamente, serão selecionadas três parcelas de exclusão de pastoreio com pelo menos 1 ha em pelo menos dois microclimas contrastantes, totalizando 6 parcelas por local, e 18 parcelas no total. Dentro destas parcelas serão avaliadas a germinação de sobreiro e avaliadas características do solo relacionadas com a resiliência, funcionamento e fertilidade do solo. Estes resultados permitirão fazer recomendações sobre as características de áreas de exclusão e tempo de exclusão que maximizem a regeneração natural em diferentes contextos climáticos e microclimáticos.
Tarefa 4. Ensaio Piloto 2: Melhorar o estabelecimento e sobrevivência inicial de quercíneas
i. Realização de ensaios piloto;
ii. Identificação e monitorização das espécies vegetais bioindicadoras de aridez;
iii. Testes à qualidade da matéria orgânica;
iv. Testes de germinação e sobrevivência;
v. Testes e monitorização da taxa de sobrevivência e vigor vegetativo.
Objetivo: Aumentar o sucesso da sementeira e o estabelecimento e sobrevivência das plantações de quercíneas nos primeiros estádios pós-plantação, através de simulação de seca e da aplicação de medidas para mitigar os seus efeitos em diferentes condições macro- e microclimáticas (diferente exposição solar).
Onde: CL, HRA, Coi (estações de investigação e monitorização da plataforma de Estudos Ecológicos de Longo Prazo LTER montado)
Espécies: sobreiro e azinheira
Método: Nos três locais (CL, HRA, Coi) que representam um gradiente macroclimático de um clima menos para mais árido, respetivamente, em zonas com exclusão de pastoreio, serão testados os efeitos de 5 tratamentos (+ controlo) incluindo simulação de seca, e aplicação de medidas com potencial para mitigar os seus efeitos e melhorar o sucesso da sementeira e o estabelecimento e sobrevivência de plantações de azinheira e sobreiro.
Tarefa 5. Ensaio Piloto 3: Fomentar o estabelecimento de Cortinas de abrigo biodiversas através da adição de composto e co-plantação
Ações:
i. Realização de ensaios piloto;
ii. Identificação e monitorização das espécies vegetais bioindicadoras de aridez;
iii. Testes à qualidade da matéria orgânica;
iv. Testes de germinação e sobrevivência;
v. Testes e monitorização da taxa de sobrevivência e vigor vegetativo.
Objetivo: Aumentar o sucesso da sementeira e o estabelecimento e sobrevivência das plantações nos primeiros estádios usando corretivos do solo (composto), criando condições microclimáticos favoráveis via vala e cômoro e coplantação de espécies que coexistem naturalmente.
Componente 3 Divulgação e comunicação
Tarefa 6: Divulgação e comunicação
O principal objetivo desta componente será assegurar uma disseminação efetiva do projeto Fight Desert e divulgar os principais resultados tendo por alvo os decisores políticos, proprietários de terrenos, profissionais ligados à indústria agroflorestal e investigadores.
O presente plano de divulgação e comunicação dos resultados da operação, a realizar no decurso da sua implementação e na sua conclusão, cumprirá com as obrigações fixadas no n.º 3 do artigo 115.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho de 17 de dezembro.
Componente 4 Monitorização pós término do projeto
Tarefa 7. Monitorização após término do projeto
O sucesso das reflorestações (tarefas 1 e 2) será monitorizado no decurso do projeto e após o seu término até, pelo menos 2030. Após a finalização do projeto, a monitorização irá centrar-se em três aspetos principais: i) densidade, vitalidade e sobrevivência das espécies arbustivas e arbóreas alvo das ações; ii) a fertilidade do solo (matéria orgânica e disponibilidade de nutrientes, e iii) proteção do solo face à erosão (% de solo coberto por vegetação), avaliados anualmente.